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O corpo é expressão
Data
abril de 2025
O corpo não é apenas uma estrutura biológica, mas a expressão viva da nossa história emocional. Nossas tensões crônicas, posturas e bloqueios podem revelar experiências que vivemos e emoções que, muitas vezes, não puderam ser plenamente sentidas ou expressadas. Segundo Reich, o corpo guarda, em sua forma e funcionamento, marcas do que fomos e do que aprendemos para sobreviver - é nossa biografia inscrita em carne.
Por isso, na clínica, escutar o sujeito passa também por escutar o corpo: quando acolhemos as expressões corporais com atenção e presença, abrimos espaço para que o sujeito se reconheça. O corpo fala antes mesmo das palavras - ele revela nuances, conflitos e modos de ser que nem sempre chegam à consciência. Ouvir o corpo é um convite a escutar o que há de singular em cada um: sua história viva, sentida e pulsante.
Na perspectiva reichiana, o corpo carrega marcas que não são apenas individuais. Os conflitos sociais têm impactos profundos sobre o corpo e a saúde emocional dos indivíduos: em contextos de repressão, o sujeito desenvolve defesas psíquicas para suportar a dor, o medo ou a impotência diante do que é vivido. Nesse sentido, a saúde emocional está profundamente ligada à transformação social.
O corpo nos fala de vivências, afetos e relações. Escutá-lo é reconhecer a complexidade do sujeito em sua história e contexto.
*Este texto tem como objetivo apresentar alguns conceitos teóricos que contribuem para a construção de uma prática clínica ética e fundamentada. Não se pretende aqui esgotar o tema, nem apontar caminhos genéricos e simplistas.